Domingo ensolarado, clima agradável e um bom espaço para curtir com meu filho. Que dia agradável, o muleque é super esperto e se diverte comigo, tanto quanto eu com ele, que presente Papai do Céu me deu. Andamos de bicicleta, corremos, pulamos, nos esbaldamos, uma energia positiva sem descrição, momento que todo pai ou mãe se derreteria. Depois de todos esses momentos, sentar pra ver TV me fez dar ainda mais valor , além de me deixar emocionalmente mais comovido com a tragédia do Ninho do Urubu, foi inevitável não pensar e se colocar no lugar de cada pai, mãe, tio ou tia, avô ou avó que criou cada um daqueles meninos. Vidas perdidas, sonhos interrompidos e famílias despedaçadas, os entes queridos dos rapazes não poderão mais ter momentos como o que eu tive nesse domingo, um buraco, um vazio gigantesco, uma dor que jamais será curada. Respostas não trarão de volta as crianças de cada pai e mãe, culpados não farão diminuir a dor, indenizações, homenagens e solidariedade jamais irão amenizar nada do que hoje se sente. O momento é de respeito, olhar os familiares, os que verdadeiramente perderam um pedaço enorme de si, deixar cada um gerir seu luto. É preciso sim que se haja respostas, mas sem a avidez louca por elas e por manchetes vistas após a terrível situação. Deve-se saber como poderia ter sido evitado, quem foram os órgãos negligentes, apurar sim se houveram culpados, porém, não se deve negligenciar o luto, nem todos os meninos foram sepultados , tudo tem sua hora sem passar por cima da dor alheia.

Por Tiago R Fernandes
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